Programa Ouro Verde Bahia: um exemplo de equilíbrio entre sustentabilidade ambiental, pesquisa científica, desenvolvimento social e crescimento econômico

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Programa Ouro Verde Bahia: um exemplo de equilíbrio entre sustentabilidade ambiental, pesquisa científica, desenvolvimento social e crescimento econômico

Conheça o trabalho fantástico comandado por Kevin Flesher na Reserva Ecológica Michelin.

Conhecida e reconhecida pela sua riqueza em biodiversidade, a Mata Atlântica do sul baiano caracteriza-se por ser uma das últimas porções remanescentes das florestas de mata original dos tempos de Brasil colonial. Mesmo tendo seu espaço reduzido ao longo do tempo, trata-se de um ambiente extremamente diverso, colorido e misterioso, que muitos apreciam, mas poucos conhecem bem. A cena é sem dúvidas deslumbrante: árvores antigas, algumas com mais de 30 metros, se entrelaçam com a vegetação rasteira, pintando a paisagem com profundos tons de verde e abrigando uma infinidade de espécies de animais.

Diante da evidente importância da conservação deste cenário, entre os municípios baianos de Igrapiúna e Ituberá, a 140 quilômetros de Salvador, foi criada uma reserva ecológica com 3.386 hectares. A iniciativa, que pertence ao “Programa Michelin Ouro Verde Bahia”, partiu do Grupo Michelin, com o objetivo de proteger e enriquecer a biodiversidade da Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Desde o início de suas atividades, em 2006, a reserva ecológica forneceu material para a publicação de 121 artigos científicos.

O programa de Restauração Florestal, dirigido pelo ecólogo americano radicado no Brasil, Dr. Kevin Flesher, tem rendido bons frutos na Reserva Ecológica Michelin. A partir do trabalho de Flesher e sua equipe, 107.000 mudas de 275 espécies diferentes foram plantadas na área e se catalogou mais de 2000 espécies, envolvendo fauna e flora.

Segundo o ecólogo “restaurar não é reflorestar. É muito mais complexo. Estudamos a mata original e aplicamos o conhecimento em áreas devastadas”.

Vejamos então, um pouco mais sobre o programa de restauração florestal.

Programa de Restauração Florestal

A restauração florestal é o processo de plantar árvores e outras vegetações nativas objetivando-se recriar o ecossistema florestal original das espécies e as interações que o mantêm.

Dentro da área de Reserva Ecológica Michelin, a equipe da REM conduz uma série de iniciativas que visam, em termos gerais, acelerar o processo de restauração florestal e aumentar a capacidade de suporte das florestas para a vida selvagem.

Uma das principais pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Estudos da Biodiversidade dentro da reserva é o estudo, a longo prazo, da fenologia da frutificação das árvores da floresta. Trata-se de uma pesquisa que busca compreender e garantir a disponibilidade de alimento para a fauna silvestre ao longo dos anos. Acredita-se que essa pesquisa é vital para entender os passos da restauração ecológica.

Para este estudo, foram plantadas 107.000 árvores de 275 espécies diferentes em 300 hectares de seringais abandonados. Após análises, observou-se que 72% das árvores plantadas sobreviveram, frutificaram e alcançaram entre 4 a 18 metros de altura. Dentre as espécies utilizadas na pesquisa, nota-se o enfoque nas endêmicas, de alto valor de conservação, e nas ameaçadas de extinção, cujas populações precisam ser aumentadas.

Estes dados são essenciais para o desenvolvimento de estratégias para restauração das seringueiras abandonadas na reserva, e também para a criação de corredores ecológicos entre as matas, transformando a reserva em um único bloco florestal.

Descobrimento e recuperação de espécies

Segundo Kevin Flesher, nos últimos dez anos ocorreu um aumento de 117% na abundância da fauna no parque ecológico, com o retorno de espécies ameaçadas, tais como o mutum do Sudeste, o macaco-prego-do-peito-amarelo, o gato do mato, o veadomateiro e o ouriço preto. Tal aumento se deu, em primeiro lugar, devido à proteção. O mutum do Sudeste, por exemplo, era uma ave que muitos acreditavam estar extinta na região do sul baiano, porém com as iniciativas de restauração florestal acabou reaparecendo e sendo protegida, sendo espalhada por toda a reserva.

Além do retorno de espécies ameaçadas, 20 novas espécies acabaram sendo encontradas e mapeadas na área de reserva da Michelin. As espécies do gênero Askola fazem parte da última descoberta feita no parque ecológico, o que gerou grande esperança no campo da restauração da biodiversidade.

“A presença desta efemérida é um indicador da qualidade da água da nossa reserva, uma vez que ela só consegue sobreviver em águas muito puras.” Kevin Flesher, Diretor da Reserva Ecológica Michelin.

Programas de alcance comunitário

  • Educação Ambiental

A proteção da reserva não se trata apenas de restrições e aplicação da lei; a participação e conscientização da comunidade acerca da importância do cuidado com o meio ambiente são de suma importância para a gestão sustentável da região a longo prazo.

Diante dessa premissa, a Michelin desenvolveu um programa de educação ambiental para engajar a juventude rural. Algumas das temáticas abordadas com as crianças e jovens incluem o saneamento da água, o uso correto de agroquímicos no ambiente, as implicações das escolhas alimentares, as consequências do desmatamento e da extirpação da vida selvagem e a lógica da legislação ambiental. Também são organizados passeios nas florestas da reserva nos quais são explicados conceitos básicos de ecologia e conservação, familiarizando os jovens com a biodiversidade e paisagem local.

A ideia principal é expor os jovens a novas ideias que podem ajudar a melhorar suas vidas. Após dez anos, hoje se tem um quadro de jovens que apoiam a reserva e trabalham para melhorar as condições ambientais da região.

  • Biojoias

Pensando no potencial das artesãs do sul da Bahia, a Michelin e a designer amazonense Maria Oiticica, que cria biojoias a partir de elementos da natureza, lançaram juntos o Programa Arte Solidária Michelin Ouro Verde. Por meio de oficinas de aprimoramento de técnicas de criação de biojoias, empreendedorismo e comercialização, a iniciativa tem como objetivo capacitar e gerar renda para as mulheres das comunidades quilombolas da região do em torno do Michelin Ouro Verde Bahia.

  • Ecoturismo

O rio Cachoeira Grande é responsável por drenar os morros da floresta do interior, dando vida à bela Cachoeira Pancada Grande, com 61 metros de queda. Ladeada pela Mata Atlântica, a Pancada Grande é a cachoeira mais alta do litoral baiano, caracterizando-se como símbolo da região. Consciente da importância da Cachoeira da Pancada Grande para a comunidade local, para o turismo local e para a biodiversidade, a Michelin obteve do governo brasileiro o nível máximo de proteção ambiental para uma propriedade particular, criando a RPPN Ouro Verde e garantindo o lazer de mais de 80.000 pessoas que visitam a área ao ano.

  • Canopée e a Reserva Ecológica Michelin

O projeto Canopée surgiu a partir do anseio de empresários e executivos de conciliar suas experiências e habilidades em prol do meio ambiente e das comunidades que habitam as áreas de proteção e preservação ambiental.

Preservamos as florestas e gerimos projetos socioambientais utilizando alta tecnologia da informação. Buscamos fomentar o desenvolvimento tanto no viés social quanto no ambiental, almejando levar nossa equipe e nossos parceiros a um olhar de responsabilidade e proteção, pensando na preservação do meio ambiente e no mundo que será deixado para as futuras gerações.

Atualmente, somos responsáveis por administrar o programa de créditos de carbono provenientes da área de Reserva Ecológica Michelin, incentivando cada vez mais as diversas ações ambientais e sociais do Programa Michelin Ouro Verde Bahia.

Conhece algum projeto que se encaixa com a proposta da Canopée? Entre em contato conosco! Que tal juntos construirmos um mundo melhor?

Foto: Divulgação/Programa Michelin Ouro Verde Bahia