Equipe Canopée visita a Aldeia Mutum no Acre para mapear projetos

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Equipe Canopée visita a Aldeia Mutum no Acre para mapear projetos

A viagem traz uma imersão com respeito à cultura e aos costumes locais e nos mostra como as iniciativas da empresa podem contribuir para o desenvolvimento da aldeia

Num recanto mágico da chamada “Amazônia Acriana” (localizada no Acre), às margens do majestoso Rio Gregório, encontra-se a Aldeia Mutum, lar dos indígenas Yawanawás. A visita da equipe da Canopée à região foi para conhecer com mais profundidade a realidade dos que ali vivem e as oportunidades de desenvolvimento sustentável que nossos projetos poderim proporcionar para a comunidade. Um dos principais desafios ali é a logística, então já sabíamos que seria urgente levar infraestrutura ao local. 

Nessa primeira visita, a Canopée sempre mapeia e compreende quais iniciativas seriam necessárias para contribuir com a região, como projetos educacionais, cultivo de alimentos, descarte de lixo e capacitação, sempre com respeito à cultura e aos costumes locais. Recebemos o apoio do Sebrae/AC, que nos acompanhou e tem sido um parceiro imprescindível frente aos nossos estudos para levantar áreas que vão receber nossas iniciativas. A meta é impulsionar a bioeconomia e a sustentabilidade, conectando cadeias produtivas a mercados inclusivos e justos. 

Desafios 

A jornada para alcançar a terra indígena inicia em Rio Branco, capital do Acre, e leva praticamente três dias. Para chegar à aldeia, alugamos uma caminhonete 4×4 e mesmo assim levamos cerca de 9 horas de Rio Branco até Tarauacá. Os buracos na estrada eram tão extensos e a viagem de 350 km se tornou uma odisséia.  

No dia seguinte, precisamos de outra caminhonete para nos levar à Vila São Vicente, às margens da BR-364, a 86 quilômetros de distância. A partir daí, embarcamos em pequenas canoas e navegamos cerca de 6 horas para finalmente chegarmos à aldeia Mutum. É importante mencionar que, embora haja acesso à internet em Tarauacá e na aldeia Mutum, tudo é muito distante e o deslocamento depende das condições do rio. 

Economia local 

Na aldeia, as mulheres cuidam dos afazeres domésticos, os homens se dedicam à pesca. Essa beleza, no entanto, também revela grandes desafios de locomoção, especialmente durante as baixas do rio, quando os balseiros (galhos e troncos arrastados pela correnteza nas enchentes) ficam expostos, exigindo extrema cautela. 

Conscientes de que sua cultura ancestral estava sob ameaça, os Yawanawás adotaram o turismo como uma forma de preservar suas tradições e envolver os jovens na proteção de seu território ameaçado.  

Identificamos na “medicina Yawanawá”, extraída da própria natureza, e no artesanato local, oportunidades de gerar negócios comunitários nas cadeias produtivas, buscando entender como podemos contribuir para fortalecer a cultura Yawanawá e promover o desenvolvimento sustentável. 

Nossa vivência 

Durante nossa estada, fomos hospedados em um dormitório coletivo, onde descansamos em redes. No entanto, há também dormitórios e espaços específicos para visitantes que desejam uma imersão mais prolongada. A aldeia possui uma cozinha comunitária, onde são servidos pratos típicos, como banana, tapioca e mandioca. No entanto, também é possível levar nossos próprios suprimentos, como o tradicional arroz.  

A aldeia possui eletricidade e acesso à wi-fi, embora o seu uso não seja incentivado, a fim de vivenciar verdadeiramente a rotina da floresta e os benefícios dos hábitos de vida milenares. É importante destacar que os turistas precisam ser convidados pela comunidade e têm total liberdade para participar ou não dos rituais.  

Quem são os Yawanawás?

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Foto: Diego Gurgel/Secom

Os Yawanawás (yawa/queixada; nawa/gente) constituem um grupo pertencente à família linguística pano, que atualmente ocupa a Terra Indígena Rio Gregório. Ao contrário de muitos povos amazônicos dispersos em várias localidades, os Yawanawás vivem em um único território, onde mantêm sua cultura e língua próprias. 

A celebração da vida é pontuada por rituais de cura e purificação, onde banhos de ervas e canções cativantes nos guiam em uma dança que nos transporta para estados de paz e leveza. Uma celebração que envolve dança, expressão artística, manifestação cultural e espiritual, todos entrelaçados na tapeçaria vibrante da vida Yawanawá. 

Ao final da jornada, hora de voltar para casa e começar os estudos para dar início aos projetos. Em breve, vamos compartilhar mais novidades por aqui. Não deixe de acompanhar!