No Brasil, estima-se que setor da construção civil responda por um terço das emissões totais do país. Segundo o Relatório de Status Global de Edificação e Construção de 2022, o setor foi responsável por cerca de 37% das emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) relacionadas à área de energia e processos em 2021. Para se ter uma noção de como o setor impacta mundialmente, só na Europa, o setor de construção representa 40% das necessidades totais de energia no continente e cerca de 80% vêm de combustíveis fósseis. Por essa razão, a atuação da cadeia da construção será decisiva para que as metas ambientais sejam atingidas
Um dos pontos mais críticos nesse impacto negativo é, por certo, a origem dos componentes. Os principais materiais usados na execução de edificações são grandes geradores de emissões de GEE (gases de efeito estufa) na atmosfera. O tão aplicado cimento, por exemplo, gera quase 20% das emissões totais da indústria. Isso para não falar do aço, responsável por mais de 30% das emissões de carbono originadas no setor industrial brasileiro. Mas o processo construtivo, especialmente o mais tradicional, por promover alterações no solo, gerar uma quantidade absurda de resíduos, exigir o transporte de materiais ao canteiro e fazer uso de equipamentos emissores de poluentes, também não fica atrás nesse quesito. A etapa de operação das edificações termina como grand finale do estrago, pois a produção de eletricidade é causa significativa de emissões de gases do efeito estufa e a grande maioria das edificações ainda não utiliza a energia de forma eficiente.
Surge então a pergunta: como convocar esse setor à mudança? Os inventários de emissões de GEE são o primeiro passo para calcular com exatidão o volume de carbono produzido em cada etapa da construção. A partir deste estudo, é possível definir uma série de medidas mitigadoras, de maneira a reduzir impactos e compensar as emissões. Enquanto não é possível criar estratégias ainda na etapa de concepção de novos empreendimentos, com especificação de materiais que resultem em menor impacto ambiental ao longo do seu ciclo de vida, por exemplo, e pela reutilização ou reciclagem dos resíduos na obra, é preciso adotar medidas de redução de emissões com vistas a diminuir o impacto ambiental da mesma.
Privilegiar fornecedores situados próximos ao local da obra, utilizar sistemas construtivos industrializados, buscar certificações ambientais que atestem a eficiência dos edifícios, bem como implantar mecanismos para compensação das emissões, como emprego de fontes de energias renováveis ou à fixação do CO₂ via plantio de vegetação nativa, são ações muito bem-vindas.
Saiba que existem diversas formas de realizar essa compensação, como a aquisição de créditos de carbono ou a realização de investimentos em projetos de redução de emissões, e jamais esqueça de monitorar e avaliar os resultados para a melhoria contínua desses processos.
Conte com a Canopée para tornar sua obra amiga da natureza!
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1455 – 4º andar 04543-011 – São Paulo / SP
Brasília - DF
Viçosa - MG